quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Novos olhares sobre a escola

A pessoa descobriu os óculos escuros
Tive a tão esperada reunião com a escola. Professora e coordenadora. Acho que nunca fui tão franca. A postura "tudo vejo" da professora sumiu, e como não gosto de contrariar só pra discutir deixei que a nova postura ficasse como oficial. Ela disse estar o mais atenta possível, principalmente em relação a Alana, por ela ter necessidades especiais e as duas tentaram me tranquilizar de que a Alana não seria um alvo de nenhum aluno mais agressivo, que os casos na sala já estavam sobre controle e que a Alana talvez não fantasiasse, mas talvez a dificuldade de comunicação tenha gerado algum problemas de entendimento. Eu disse que meu maior medo era que ela perdesse a confiança no adulto responsável (a prof.) por não ser levada a sério em sua reclamações e elas disseram que todas as reclamações serão investigadas e que eu poderia ficar tranquila. Tô tranquila? Não. Mas é um longo trabalho e tenho que confiar nos profissionais  ou achar um lugar melhor. Na verdade tenho ido a alguns lugares e ficado entre decepcionada e desesperada. As escolas especiais que visitei me parecem creches de segunda linha. Fui muito bem tratada, mas nada me convenceu  no sentido de aprendizado. Me parece que as crianças estão mais sendo cuidadas que educadas e cuidar eu cuido, não preciso pagar. Apenas uma escola do município pareceu mais preparada, mas eu nem conheci as salas pq a diretora foi bem clara dizendo que aquela não era escola pra Alana. Eu tb acho que uma escola especial seria complicada pela diferença das sindromes e idade dos alunos. Ela fica muito bem onde está, mas cada reunião de pai e prof sinto que tenho uma criança Jekill e Hide. A prof descreveu uma Alana ás vezes completamente alheia, com surtos de choro e raiva, desobediente ao extremo, incapaz de se fazer compreender ou sistematizar o aprendizado. Ela disse que Alana está muito diferente do ano passado, trazendo novos componentes no comportamento, talvez novos sintomas da síndrome. Pode ser, a cada ano vão aparecer novas coisas. Meu marido tb acha que ela é muito desobediente, talvez eu seja a mãe cega. Em casa os surtos são raros, mas existem. A comunicação funciona na maioria das vezes e nós duas fazemos várias atividades que ela adora e tem mostrado novos conhecimentos a cada dia, inclusive pra novas línguas. Ainda sem saber o que fazer, ainda visitando outras escolas, ainda esperando um parecer da escola atual para o primeiro ano, sigo procurando as soluções para os novos problemas. Acho que tenho que ler mais sobre a doença, andei dando uma relaxada, achando que o que estamos fazendo estava funcionando. Ela está cada dia mais carinhosa e mais parceira. Ainda temos umas pendências com a psicóloga, que tem que dar um retorno pra escola e falar com a neuro. E a partir daí a escola volta a falar comigo. Porque não marcamos um chá e todas falam o que é preciso? Seria muito bom ver como os profissionais interagem. Enfim, como sempre, seguimos na luta, pedindo a Jeová Deus que nos oriente nesse caminho da educação da Alana. Ah! tem mais uma: sabia que a empresa de transporte público de Porto Alegre disponibiliza um passe livre para crianças e adultos especiais ou deficientes? Legal né? Não se vc for autista. Se vc for Down tem passe livre, se for autista te vira. Para eles o autista tem que comprovar Retardo Mental. Enfim, como já tinha conversado com a neuro, é muito complicado fazer com que as pessoas entendam um problema que não é visível. Se Alana tiver uma  crise de pânico num super mercado ela é mimada. Tenho que levar um atestado pra mostrar que ela tem um problema. Além de sofrer tem que provar, até pro cobrador do ônibus. Exclusão dentre os excluídos.

9 comentários:

  1. Nossa Nanci, você é uma mãezona, desejo do fundo do coração que Deus sempre te ilumine á tomar as melhores decisões pra vida da sua filha.
    Tudo vai dar certo, você vai ver!

    Olha não consegui mesmo descobrir como faço pra te seguir, coloca aquele Gadget de seguidores num cantinho aí do blog, rsrs!

    Um beijo grande!

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  2. Ai, sis, que coisa.
    Parece que tudo complica, não é, amor?
    Mas tenha certeza de que nosso Pai celestial vai te iluminar e ajudar a cuidar da sua filhinha e a arranjar uma escola que dê a ela o apoio de que ela precisa.
    Espero que encontre logo, ou que as coisas se resolvam logo na escola onde ela está.
    Quanto a ser uma "mãe cega", é possível. Até toquei nesse assunto no meu blog hoje.
    A mãe, querendo ser indulgente, acaba sendo cega às vezes. Converse melhor com o pai, que com certeza não tem interesse em se defender como a escola, e sente para observar melhor o comportamento da sua filha.
    Muitos beijos para vocês, minhas lindinhas.

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  3. Querida, descobri o problema de não conseguir seguir o blog.... é a pecinha que fica na frente do monitor (eu!) kkkkkkk. Pronto, tudo resolvido.

    Beijo grande!

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  4. Oi Nanci querida, aq nas creches municipais de Floripa...as crianças com alguma sindrome frequentam as creche regular e tem acompanhamento com profissionais da area de educação especial, 1 x por semana recebem atendimento particular na creche mesmo, e nos outros dias frequentam o grupo da faixa etária delas.
    As familias tbm recebem apoio e acompanhamento, também como, as professoras q trabalham com a criança.
    Vc já se informou se existe alguma creche por ai nesse sistema?
    Bjs e tudo de bommmm

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  5. Oi amiga,
    Agoniante todo este esforco, mas so uma mae preocupada e atenciosa como vc continua na batalha, apesar de tudo e todos. Certamente Deus está no controle de tudo e continuara abencoando vcs, mas é preciso muita paciencia.
    Mae cega? Agora me diz, qual é a mae que enxerga estas coisas? Se achar um remedio pra isso, compra um a mais e manda...alias, manda dois, please? :)
    Decidi comecar a terapia com o Victao sobre a historia da fala...ou melhor, da "nao-fala"...publiquei la no blog, da uma passadinha la.
    Nos atualize a respeito dessa historia da escola, ta? Estamos na torcida aqui, vc sabe disso. Beijos nesta figura linda, de oculos...ta tao gatona! Bjs

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  6. Conversa franca sempre resolve ou ajuda a solucionar problemas... ou ao menos faz a gente se sentir melhor. Vai deixar ela onde está? Acho que melhor solução no momento.
    Hoje estou completando 7 meses de gestação... faltam só mais dois....
    bjocas
    Dani

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  7. Querida Nanci, amanhã 24/08, o Blog Projetando Pessoas faz 1 ano de existência e você é pessoa importantíssima nessa história! Venha brindar comigo!
    bjs Sandra
    http://projetandopessoas.blogspot.com//

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  8. Oi Nanci,
    gosto de ver a sua força, dedicação e atenção.
    Imagino as suas dificuldades. Acho que você está nocaminho certo quando busca novas soluções para os novos problemas. Um aprendizado constante que você vai construindo junto com a sua linda Alana.
    Espero que encontre as respotas e o melhor caminho.
    beijos
    Chris
    http://inventandocomamamae.blogspot.com/

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  9. Oi Nanci! Obrigada pelo carinho que você deixou para mim lá no blog, é recíproco!
    Talvez não seja má vontade da prefeitura, mas sim falta de esclarecimento. Uma sugestão seria reunir outras mães de crianças autistas e fazer um abaixo-assinado; quem sabe vocês conseguem sensibilizá-los? Boa sorte!
    Bj
    Adri

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Escreve que eu respondo! Vou responder aqui mas prometo fazer uma visitinha de volta!!!

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